Tuesday, March 09, 2010

prosa.

Quero nao temer a chuva, e nem me envergonhar da vontade de tirar os sapatos a todo instante e colocar os pés para sentir o frescor do chão, a maciez da grama que pinica...
E sentar debaixo da mangueira sem pressa alguma do amadurecer dos frutos, esperando e apreciando cada mudança de cor e crescimento que chegam juntos com a paciencia de esperar também o novo romper da aurora.

Preciso de pouco para me sentir completa, apesar de precisar de tão pouco para permitir ser tomada por um vazio febrir e lancinante, fazendo todo corpo morno tremer no calor do frio seco e doloroso do sentir-se só.
Me tragam o riso, e a coragem de sorrir sem medo, de morder a manga e deixar escorrer tudo que lambusa a boca e suja os dentes, as felicidades sem códigos de barras, as liberdades simples que permitem vestir aquele saião e ergue-lo um pouco abaixo dos joelhos, suficiente pra correr pela grama e rir muito de si mesma quando troceçar e rolar no chão...

Preciso do simples respirar aliviada por ter a chance de abrir os olhos novamente e tentar tudo de novo, e mais um pouco outra vez, por que nao? brincar de amarelinha com 30 anos, brincar de lousa aos 8... Ser feliz agora, sorrir agora, e nao esquecer de ter toda a consciencia que o mundo pede, e saber lidar com os impasses do que tua própria crítica revela.

Criança e aprendiz de um jardim de infância sem gira-gira.

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